Por Bianca Velo
Ainda pouco explorada pelo marketing brasileiro, a inclusão do público LGBT e a promoção da diversidade em campanhas publicitárias estão acontecendo com cada vez mais frequência lá fora. Diversas marcas americanas já perceberam que dialogar com esse público é vantajoso não só para obtenção de lucro, mas para a imagem da organização.
A Tiffany & Co e a GAP são exemplos claros. A joalheria utilizou recentemente um casal de homens em sua série de fotos intitulada de “will you?” em sua campanha do dia dos namorados. Já a marca de roupas promove campanhas inclusivas há alguns anos, dentre elas a de um casal gay dentro de uma mesma camiseta com a chamada “be one” em 2012.
No Brasil, o apoio a comunidade LGBT cresceu consideravelmente no último ano, tendo como um de seus marcos a campanha do Boticário para o dia dos namorados que apresentou casais gay, lésbico e heterossexual. Apoiando a diversidade e o respeito com as mais diversas formas de amor, as vendas da empresa aumentaram após a exibição da campanha, mesmo com o boicote religioso contra ela.
Ainda assim, a publicidade não é suficiente para garantir o sucesso da postura pró LGBT. Para isso, é preciso que a empresa se posicione a favor das mais diversas orientações sexuais muito além de suas campanhas, trabalhando a favor do respeito dentro da própria organização e no seu dia-a-dia.
E a Adidas sabe disso. Patrocinadora de grandes atletas, dentre eles Tom Daley e Nicola Adams que são gay e bissexual respectivamente, a empresa anunciou semana passada uma nova cláusula em seus contratos de patrocínio. A cláusula que diz “Adidas reconhece e adere aos princípios da diversidade, pois isso é uma parte central da filosofia do grupo Adidas. Portanto, Adidas garante que este acordo não será nem rescindido ou modificado caso o atleta se revele para o público como um membro da comunidade LGBT” assegura o respeito e o apoio aos atletas patrocinados independente de sua orientação sexual.
Com a adição da cláusula a Adidas garante que seu posicionamento não é apenas fachada, mostrando credibilidade e respeito à diversidade. Embora simples, a adoção de tal medida não apenas assegura o mínimo aos seus próprios atletas, como serve de exemplo e alerta para outras empresas: apoio “para inglês ver” não é mais suficiente.